Sabará participa de pesquisa que vai avaliar a prevalência da chikungunya na população

Sabará participa de pesquisa com o Instituto Butantan para avaliar a prevalência da chikungunya e fortalecer estratégias de prevenção e controle.

Out 2, 2025 - 11:30
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Sabará participa de pesquisa que vai avaliar a prevalência da chikungunya na população
Divulgação

Com apoio do Instituto Butantan, pesquisa visa compreender quanto a população já foi exposta previamente ao vírus chikungunya na região para promover melhores estratégias de prevenção e controle da doença

 

A partir de agosto, moradores de Sabará (MG) serão convidados a participar de um estudo, em parceria com o Instituto Butantan, para ajudar a entender como o vírus chikungunya circula no município e quais os fatores de risco que podem levar a população a contrair a infecção. A pesquisa tem como objetivo mensurar a prevalência da doença em Sabará, ou seja, vai identificar quem já teve chikungunya e tem anticorpos no organismo, e quem nunca teve – vale lembrar que em alguns casos a doença é silenciosa e não manifesta sintomas.

Compreender o comportamento do vírus chikungunya no município é importante para aprimorar o conhecimento dos líderes da saúde e para definir as melhores estratégias de prevenção e controle da doença.

Os domicílios serão selecionados por meio de sorteio. Poderão participar da pesquisa apenas indivíduos que residam em Sabará, isto é, que durmam pelo menos três noites por semana no domicílio indicado.

Cada casa selecionada será visitada por uma equipe de pesquisa devidamente identificada.      Os moradores serão informados sobre o estudo, e aqueles que concordarem em participar serão avaliados para serem incluídos. Os voluntários serão convidados a preencher um termo de consentimento eletrônico; depois, responderão a um questionário com dados demográficos e informações sobre o estado de saúde; por último, terão uma amostra de sangue coletada da ponta do dedo.

A coleta é totalmente segura, simples e rápida, feita a partir de um pequeno furo na ponta do dedo. O procedimento será realizado por um profissional capacitado e com o uso de materiais descartáveis, abertos na frente do participante. A equipe estará disponível a todo o momento para solucionar dúvidas.

Por meio da análise da amostra de sangue, os pesquisadores poderão detectar a presença de anticorpos contra chikungunya, o que indica se a pessoa já teve contato com o vírus. Os resultados serão divulgados posteriormente para cada participante.

Além de determinar a prevalência da chikungunya na população do município, a pesquisa possibilitará obter mais informações sobre os fatores de risco para a infecção – dados relevantes para construir políticas de prevenção e controle mais eficientes.

Em 2023 e 2024, o município de Sabará registrou 534 e 540 casos prováveis de chikungunya, respectivamente, de acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde. Em 2025, até o final de julho, o município apresentou 36 casos prováveis.

 

Chikungunya em crescimento no Brasil

O vírus chikungunya foi identificado pela primeira vez em 1952, na Tanzânia, no continente africano, e circula no Brasil desde 2014. O número de casos da doença no país teve um aumento de 68% entre 2023 e 2024, de acordo com o Painel de Monitoramento de Arboviroses do Ministério da Saúde, atingindo mais de 265 mil pessoas no ano passado.

Em 2025, até o final de julho, foram registrados 113.881 casos prováveis de chikungunya, com 102 óbitos confirmados e 73 ainda em investigação. Os estados com maior incidência atualmente são Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rondônia, Minas Gerais e Paraná.

A chikungunya é uma doença febril transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que transmite a dengue e a Zika. Ela provoca sintomas como febre alta (39-40°C), dor intensa e inchaço nas articulações, dor de cabeça e manchas vermelhas pelo corpo. No entanto, casos sem sintomas também podem ocorrer.

A dor crônica nas articulações é a principal sequela da infecção, que pode perdurar por meses ou anos e impactar a qualidade de vida. Indivíduos acometidos pela doença crônica têm 13 vezes mais chance de desenvolver depressão e um risco 76 vezes maior de ter problemas de locomoção, segundo estudo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Em pessoas que possuem outras comorbidades, como hipertensão, diabetes, doenças do coração ou do rim, a infecção por chikungunya pode gerar quadros clínicos mais graves, descompensando as enfermidades pré-existentes e podendo levar a óbito.

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